sábado, 26 de novembro de 2022

Cineclube cariaciquense vai a festival de cinema no Pará

Cineclube Ambiental vai apresentar 4 curtas metragens produzidos nas terras do Moxuara

O evento será o 1º Festival do Filme Anarquista e Punk de Belém, que acontecerá de 7 a 11 de dezembro de 2022

Texto: Coletivo Cariacica Underground, Cariacica/ES - por Jacques Mota

O festival de cinema anarquista e punk é realizado desde 2012 na cidade de São Paulo, sendo agregador de representantes dos movimentos anarcopunks de todo o Brasil. 

Nessa edição em terras paraenses, o Espírito Santo será representado pelo coletivo cultural Cineclube Ambiental, radicado em Cariacica e formado por artistas e ativistas ambientais da cidade adeptos do "faça você mesmo", membros do underground e da cultura jovem de rua. Além do festival de filmes, o encontro promoverá a troca de ideias com lideranças indígenas, indivíduos e coletivos do território do Belém do Pará.

O Cineclube é coordenado pelo ambientalista e ator de teatro Paulo Henrique de Oliveira, que vai apresentar algumas das produções próprias do coletivo, tratando-se de produções autorais de cunho social que promovem a reflexão de temas eminentes das periferias.

Para o ano de 2023, a Federação Anarquista Capixaba (FACA) apresentou a data para a realização do festival no Espírito Santo. O evento acontecerá no feriado do Dia do Trabalho, dia 1º de maio, provavelmente na localidade de Vila Cajueiro, zona rural do município de Cariacica.

Para o ano de 2023, a Federação Anarquista Capixaba (FACA) realizará em Cariacica/ES nosso 1º Primeiro Festival do Cinema Anarquista e Punk do Espírito Santo, no feriado de 1º de Maio, Dia do Trabalho

Antifas e ACR's aguardam ansiosos por mais este momento de encontro e troca de ideias.

Até lá!


Produções autorais do Cineclube Ambiental

Africanizar: cultura e racismo no Brasil, 2022, documentário, 15'55"
https://youtu.be/cUYvoXpX07Y

Você ainda pode sonhar, 2020, ficção, 3'01"
https://youtu.be/uvqAyU3wIpI

Alagados de Vila Isabel, 2020, documentário, 8'56"
https://youtu.be/bWpz0ylVt0s

Vida na lagoa Araruama, 2019, documentário, 11'46"
https://youtu.be/SziA6GSM_BU


Paulo Henrique de Oliveira
Membro da Federação Anarquista Capixaba (FACA)
Ambientalista e ator de teatro
Coordenador do Cineclube Ambiental


I Festival do Filme Anarquista e Punk de Belém/PA
7 a 11 de dezembro de 2022, das 16 às 22h
Matilha 167 - Atelier KROM253 - Point Punk - Sebo da Galeria - Biblioteca Libertária - Contato (91) 9 9821-5668

terça-feira, 6 de setembro de 2022

Cariacica Recebe Fórum Anarquista Internacional

NOTA DE DIVULGAÇÃO

5º Fórum Geral Anarquista
de 8 a 11 de setembro de 2022





A cidade de Cariacica/Es vai sediar durante os dias 8 e 11 de setembro de 2022, o 5º FGA (Fórum Geral Anarquista). O evento tem alcance internacional recebendo membros da comunidade anarquista de diversos países, como Alemanha, França, Argentina e Itália. A programação do fórum conta com conferências, minicursos, rodas de conversa e manifestos.

Os minicursos e mesas temáticas abordarão temas como necropolítica, educação anarquista, pedagogia libertária, crise ambiental, guerra e fome, memórias do anarquismo, anarco-sindicalismo e sindicalismo revolucionário, dentre outros que podem ser conferidos na programação completa.

Um dos temas principais do encontro será a luta antifascista hoje no Brasil e terá como debatedores o sociólogo Sandro Juliatti (capixaba), Federico Ferreti – representante da Federação Anarquista Italiana, Joulie (Federação Libertária da Argentina) e Mônica Justin – representante da Federação Anarquista Francesa.

De acordo com os organizadores, a luta antifascista originada nos movimentos punk e anarquista é antiga no Brasil, denunciando grupos de extrema direita. Apesar do pioneirismo desses movimentos, eles sempre foram desvalorizados por grupos de esquerda tradicionais como partidos políticos e movimentos sociais, mas sempre denunciaram a existência do fascismo no Brasil. No ES a luta contra o movimento neonazista registrou episódio crítico quando na década de 90 os punks enfrentaram a vinda ao Espírito Santo do presidente do Partido Nacionalista em evento ultranacionalista. 

O 5º Fórum Geral Anarquista fará o credenciamento dos participantes na manhã do dia 8. O valor da participação será de 20 reais, com aceitação de doações através da venda de camisetas do evento ao valor de 50 reais. Os recursos serão utilizados na manutenção do local e preparação de alimentos a serem servidos no almoço e jantar aos participantes.

PROGRAMAÇÃO CULTURAL
Além de debates, o encontro terá as seguintes atrações culturais:

Sagaz Bicho Solto
dia 8, quinta, 17h

Grupo de Teatro Motim, com o espetáculo O Criminoso
dia 9, sexta, às 20h

Mestre Ferreiro, Africanizar (dança contemporânea)
dia 10, sábado, 18h

Banda punk RHC e Kiko Cabeça (Brígida D’La Penha)
dia 10, sábado, 12h

Banda João Bananeira
dia 11, domingo, às 11h

ENTIDADES ORGANIZADORAS
IFA Brasil (Internacional das Federações Anarquistas)
IFA Internacional
Coletivo Anarco-punk Aurora Negra
Pró-Federação Anarquista Capixaba
Liga Anarquista (LA).

CONTATOS
Paulo Henrique de Oliveira (Linguiça): +55 27 98877-3144
Márcio Malacarne: +55 27 98853-7500
Luciano Cardoso: +55 27 99251-0969

5º Fórum Geral Anarquista
Local: Sede do Sindtrages, Rua Romualdo Silveira, S/N - Vila Cajueiro, Cariacica – ES, em frente à EMEF Tânia Pôncio Leite
8 a 11 de setembro de 2022, das 8h30 às 21 horas
Tema: Raízes anarquistas, experiências e lutas populares
Informações e inscrições: 5fga@riseup.net

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Difundindo os princípios da ideologia punk

Conheça Jacques Zoopatia, jornalista que registra a memória do underground cariaciquense

Adepto do “faça você mesmo", ativista preserva a história dos movimentos culturais da cidade

Texto: Coletivo Cariacica Underground, Cariacica/ES


Jornalista, escritor e produtor cultural, Jacques Mota, conhecido como Jacques Zoopatia, assume o “faça você mesmo” para elaborar projetos e registrar o movimento cultural underground cariaciquense. Seu objetivo é garantir a continuidade da cultura urbana de rua, registrando e difundindo os princípios da ideologia punk do "do it yoursel". Contando com recursos próprios e de seus colaboradores, o jornalista e escritor utiliza softwares gratuitos, câmeras e máquinas fotográficas semiprofissionais, e celulares de alta resolução para realizar seu trabalho.

Sua inspiração e influência vem do movimento punk, que traz o “faça você mesmo” como ferramenta e atitude de vida diante do mercado da cultura. Desta forma, Jacques Zoopatia orienta artistas a produzir sua própria arte. De acordo com ele, a fórmula se aplica muito bem aos movimentos musicais, literários e audiovisuais.

“A fórmula ‘faça você mesmo’ é capaz de levar o artista a acreditar ainda mais em seu trabalho e reconhecer nas ferramentas tecnológicas que estão a sua disposição o manancial necessário para sua produção, além, é claro, do seu talento, que é potencializado por essa prática. O acesso de certa forma facilitado à tecnologia possibilitou a produção de documentários, filmes de ficção, vídeo-clips, além da edição e publicação de livros por seus próprios autores, então 'do it yourself'. Mas quem mais pode se beneficiar do ‘faça você mesmo’, em minha experiência, são os movimentos musicais, que podem produzir seu trabalho a partir de um computador básico, algo impensável nos anos 80 e 90”, afirma.


Inspirações
Jacques Zoopatia é graduado em jornalismo, o que o levou direto ao movimento underground de sua geração, conhecendo a ideologia punk do “faça você mesmo”, passando a ser um de seus representantes. Segundo o jornalista, o registro da cultura urbana de rua do município, que está em parte acumulado no blog Palhetadas do Rock, inspira artistas e oferece as memórias da cena punk e underground da cidade cariaciquense.

“O trabalho do Jacques serve de pesquisa para artistas de todas as áreas. A maneira como ele movimenta a cena underground, através da criação e motivação de coletivos culturais baseados na ideologia do ‘faça você mesmo’ inspirou a mim e a muitos outros artistas e coletivos”, comenta Paulo Henrique de Oliveira, ator e diretor de teatro e membro fundador da Federação Anarquista Capixaba.

Paulo Henrique de Oliveira também é remanescente do movimento underground da década de 80 e representa os valores do "do it yourself", questionando os modos de vida de nossa sociedade através do teatro e dos movimentos sociais de que participa.


A cena punk no ES
A história do underground capixaba é expressa principalmente pela história dos movimentos musicais heavy metal e punk, sendo Cariacica reconhecida como “celeiro do rock” pelo historiador Alberto Vidal. Os movimentos heavy metal e punk de Cariacica foram relevantes para todo o Espírito Santo, sendo hoje ressignificados pela atual cena underground. Na década de 80, grupos musicais como Guerrilha, Zoopatia e RHC, e o Grupo Motim de Teatro foram reconhecidos como representantes da contracultura local, trazendo novos acordes, estéticas e bandeiras políticas como a defesa do meio ambiente, a igualdade entre os gêneros e a crítica ao capitalismo.

Jacques Zoopatia acredita que os atuais movimentos culturais de rua ainda repercutem aquelas manifestações, por isso busca documentar suas expressões por acreditar em sua importância para a compreensão de toda uma época de produção cultural.

“Os movimentos heavy metal e punk continuaram nos anos 2000 e 2010, porém numa outra roupagem, mas o punk foi o único que continuou ativo em suas bandeiras políticas, porque o movimento heavy era vazio em ideologia. Nossa meta é reconstituir parte da memória daqueles períodos até o período mais recente da história do município. Na verdade, trata-se de acompanhar e documentar a transformação da cena underground”, explica Jacques.

Autor de obras literárias, audiovisuais e fotográficas, Jacques Zoopatia participou da criação dos coletivos Cariacica Underground e Faça Você Mesmo (audiovisual), incentivou e articulou a construção conceitual do Espaço Cultural Chamusquin, e foi membro fundador do Cineclube Ambiental e da Academia Cariaciquense de Letras. Jacques também é um dos editores do blog cultural Palhetadas do Rock. Em todos esses trabalhos, Jacques Zoopatia registra e socializa parte da história do underground cariaciquense.



Luta antifascista, antirracista e anticapitalista
Jacques Zoopatia acredita no poder da cena cultural como alavanca de movimentos políticos importantes como as lutas antifascista, antirracista e anticapitalista das quais faz parte e vê no movimento punk da década de 80 o gérmen da conscientização política dos ativistas de hoje, o que justifica o esforço em registrar e documentar a história do underground, ampliando a cultura do “faça você mesmo” como forma de conscientização.


“Eu sempre acompanhei e participei dos movimentos punk e anarcopunk capixabas, acompanhando a ideologia e sua movimentação e participando diretamente através da cena musical com a banda Zoopatia, da qual sou fundador. Esses movimentos culturais sempre questionaram o status quo e nunca se renderam ao mercado e a sua pasteurização mental, que ainda hoje persiste. Foram e são movimentos contraculturais de ponta, pois já na década de 80 levantavam as bandeiras da antihomofobia e da igualdade de gênero. Nossa postura sempre foi de tentar transformar a sociedade em algo melhor para todos e sempre fomos contrários às arbitrariedades do capital e do estado, e dos modos de vida que representam”, afirma Jacques referindo-se ao que denominou de “momento desastroso da política”.

Como resultado da construção e reconhecimento do underground, Jacques Zoopatia cita a inserção de representantes da cena em movimentos culturais mais amplos, como na criação da Academia Cariaciquense de Letras, que tem importantes ativistas da cena local, como Edival de Souza, o Chamusquin, e Jefferson Araújo, poeta e escritor, e na representação junto ao Conselho Municipal de Cultura, através dos ativistas Danilo Debona e Paulo Henrique de Oliveira, o Linguiça, todos repercutindo ideias e modos de vida libertários para além das fronteiras do underground.

Edição: Palhetadas do Rock

terça-feira, 16 de agosto de 2022

As mazelas do falso progresso

Ambientalista e ator de teatro, Paulo Henrique de Oliveira constata a persistência das mazelas do falso progresso

Ativista relata o reencontro com velhos amigos depois de mais de 30 anos de militância anti-petróleo

Apresentação: Coletivo Cariacica Underground, Cariacica/ES

Concepção artística dadaísta criada por Paulo Henrique,
especialmente para esta publicação


NEM UM POÇO A MAIS!
not one more well!
nie nog een put nie!
ikke en brønn til! nicht mehr gut!
ليس جيدا lays jayidan!
ούτε ένα πηγάδι ακόμα!
oúte éna pigádi akóma! 
没有一个更好 
Méiyǒu yīgè gèng hǎo! 
ni uno mas bien! 
ne unu pli boné! 
pas un bien de plus! 
не один колодец ne odin kolodets!

Uma alegria acompanhada de tristeza
Texto de Paulo Henrique de Oliveira (Linguiça)

Quando o chamado da resistência ANTI-PETROLEIRAS estrugiu, a nossa felicidade e satisfação era vista à distância. Isso aconteceu no VII Seminário Nacional da Campanha “NEM UM POÇO A MAIS”, realizado de 4 a 7 de agosto de 2022, na cidade de Piúma, no litoral do Espírito Santo. Estar nesse seminário foi amplificar a continuidade da nossa constante luta contra o corte da navalha capitalista.

Na cidade de Piúma, nos deparamos com as mais novas denúncias de violações ao meio ambiente e vida humana, “a grande obra”, uma pintura de óleo sobre sangue, com violações cometidas pela cadeia do petróleo e seus tentáculos portuários onde o arco-íris nunca mais há de brilhar.

Mais uma vez não queremos assistir à morte desfilando com seu carro desgovernado com um louco e sanguinário gritando “morte, destruição, caos, fim”, essa tragédia deixa dores profundas onde sonda nenhuma será capaz de alcançar! Nós que estamos aqui lendo esse texto, escapamos por pouco desta roleta da morte, mas ainda somos alvos fáceis e frágeis diante das geringonças do petróleo, lideradas pelas multinacionais e pelos políticos sanguinários e sádicos que se embriagam do petróleo para impor dor, sequelas e morte aos povos tradicionais que sobrevivem do meio ambiente e são, em sua essência, guardiões do ecossistema.

Na campanha “NEM UM POÇO A MAIS”, tivemos o privilégio de rever seres humanos incríveis, gente de luta, pessoas que há décadas vivenciam de perto, todo santo dia, a morte e a destruição de seus lugares pela indústria petrolífera, mas essas pessoas continuam firmes na luta, combatendo os capitães do mato contemporâneos, mesmo com tantas adversidades e perda de companheiros(as) por conta dos cifrões $$ e da barbárie.

Mas seguimos mulheres negras, indígenas e ribeirinhas, camponesas, pescadoras, gente das periferias que se recusam a participar das engrenagens da morte e da destruição onde as guerras são sempre UM POÇO A MAIS.

Na luta contra as geringonças tecnológicas do petróleo, seguiremos vivos e ativos nos seminários, nos encontros, nas frentes de batalha, cantando, dançando, encantando, gritando, ensinando, aprendendo, chorando e sorrindo, e festejando, buscando forças no íntimo do nosso sagrado para que continue dando força, paz e sabedoria para enfrentar e combater as injustiças e crimes das indústrias poluidoras que se multiplicam com os algozes do petróleo.

O sentimento é de agradecimento em estar nesse VII Seminário e fazer parte dessa importante luta por um mundo livre de petróleo, mas cheio de energia positiva como a energia empenhada na construção da campanha “NEM UM POÇO A MAIS”, para que as próximas gerações possam conhecer animais terrestres e peixes não só em zoológicos ou aquários e tanques de tilápias engordadas por fertilizantes.

+Em memória do meu camarada Seu Curumba, falecido sem ter recebido da Petrobrás o que lhe era de direito, a qual degradou suas terras com 13 poços de petróleo (ver documentário em Seu Curumba, o sheik pobre).

Reflexão dedicada a Raoni de Oliveira, Andreza Damaceno, Marcelo Calazans, Marcos Palinha, João Quilombola, Antônio Sapezeiro, Federação Anarquista Capixaba (FAC), lideranças de comunidades e organizações representativas da pesca artesanal, quilombolas, indígenas, camponeses, sem terras, pesquisadores, agentes de pastorais, grupos de mulheres e LGBTQIA+, jovens e anciãos, acadêmicos, artistas, mulheres negras, artesãs, ambientalistas, organizações de defesa de direitos humanos, movimentos sociais, redes e fóruns regionais da sociedade civil brasileira. Muita gente, de 6 estados do Brasil (MA/PE/SE/BA/ES/RJ), da Argentina e de Angola.

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Ativista cultural cariaciquense participa de festival internacional

Ativista cultural cariaciquense participa de festival internacional


O ativista cultural Edmar Joaquim da Silva, o Mestre Ferreiro de D'Jah, 64, radicado em Cariacica, participou do 13º Festival Internacional do Chocolate e Cacau, o Chocolat Bahia 2022, realizado na cidade de Ilhéus, no período de 21 a 24 de julho de 2022.

O evento é considerado o maior da América Latina e representa uma das maiores riquezas do Brasil, o cacau.

Ferreiro D'Jah foi uma das atrações do encontro na parte cultural onde apresentou performance de dança do gênero primitivo-contemporâneo, baseada em ritmos ao sons de canto de pássaros e sons de chuva, além da 5ª Sinfonia de Beethoven.

Sua participação no evento teve o apoio do presidente da Academia de Letras de Ilhéus, Pawlo Cidade, e de outros artistas e intelectuais baianos.

Além da participação no Chocolat Bahia 2022, Mestre Ferreiro D'Jah, apresentou sua performance na 5ª Festa Literária da Academia de Letras de Ilhéus, que teve a presença da filósofa Viviane Mosé. Na oportunidade, Mestre Ferreiro D'Jah presenteou a filósofa com a camiseta do congo de máscaras de Cariacica.


Nas palavras do ativista cultural Edmar Joaquim da Silva, sua ida para Ilhéus foi a busca de um sonho a realizar.

"Participar de uma mostra literária e um festival internacional na Bahia, foi super gratificante. Conheci pessoas de vários aspectos, pensamentos e ideias, com 'gosto de gás' e a garra de um povo feliz e alegre. Tive contato com profissionais que amam a arte e a cultura popular, como poetas, bailarinos e artistas do circo, vários segmentos de paz e amor. Minha despedida da Bahia marca minha volta para um povo de cultura igualmente forte, a cultura do congo, ticumbi, jongo e capoeira do Espírito Santo", reflete o Mestre.


Mestre Ferreiro D'Jah ficou na cidade de Ilhéus por 17 dias e sua ida teve o apoio de vários artistas e intelectuais de Cariacica, recebendo naquela cidade o mesmo apoio em sua chegada, que o faz expressar agradecimentos a Paulo Índio (vereador do PCdoB), Samira Andrada (de nacionalidade argentina), Pawlo Cidade, Paulo Henrique de Oliveira (Linguiça), mestre de capoeira Aldeci Beiçola, Dona Rosângela Sarandi, mestre de capoeira Jefinho e equipe, seus filhos Gerdane, Andreza, Rayza e Edmar Junior, Meirivan Báfica (membra do PCdoB), Ted da Gráfica Cariacica, Jacques Douglas (presidente da Academia Cariaciquense de Letras), amigos e vizinhos.


A viajem de Edmar foi financiada com recursos próprios e seu deslocamento foi facilitado pela gratuidade na passagem de ônibus interestadual. Edmar agradece especialmente aos membros do PCdoB do Espírito Santo e do Sul da Bahia pelo reconhecimento de seu trabalho e apoio, e agradece a Deus pela força e fé que carrega consigo.

As Palhetadas são do rock e apoiam nossos artistas populares.

Do seu editor do underground cariaciquense.



domingo, 19 de junho de 2022

ELÉTRICO, ACÚSTICO, CAMPO E CIDADE


O grupo musical João Bananeira apresentou-se no evento Sábado Cult, patrocinado pela Academia Capixaba de Letras e Artes de Poetas Trovadores (ACLAPT), no dia 30 de abril de 2022, no espaço cultural do Edifício Tiffany Center, na Praia do Canto, Vitória/ES

O grupo musical João Bananeira colhe bons resultados com suas belas composições e integração de instrumentos elétricos e acústicos que unem o folclore local e as vivências do homem na cidade, seus amores, desejos e realizações.

As letras são intimistas e inspiradas principalmente nas experiências de vida do compositor e intérprete Jefferson Araújo.

Em suas composições, Jefferson traz suas experiências pessoais em meio á contemplação da natureza, parte relatado na música A Rosa de Plástico.

A Rosa de Plástico
Jefferson Araújo, Guilherme Knneipp, Danilo Debona

As folhas velhas vão
Pra dar lugar às novas
Na vida nada é em vão
Oh, Tempo! Tudo renovas

Entreguei meu amor
A uma rosa de plástico
Eu fui um sonhador
Num realismo fantástico

Além das experiências pessoais, as composições da banda buscam realçar o folclore e a cultura local, desejo que expressam no próprio nome do grupo, João Bananeira, personagem do folclore cariaciquense que foi tornado patrimônio imaterial do município de Cariacica.

Assim, a banda reafirma suas origens nos extensos bananais de Roda D'Água e nos pubs de Campo Grande, compondo músicas ao estilo world music e mostrando que também bebem da fonte do congo, o que pode ser constatado na música e letra de Roda D'Água.

Roda D'Água
Jefferson Araújo, Felícia Scabello, Wilberth Silva, Danilo Debona

Roda, roda, roda,
roda, roda Roda d'Água.
Os sons misteriosos do congo
em torno do Moxuara.

Roda Pássaro de Fogo,
Mestre Álvaro a pousar.
Toda noite "avoa" de novo
pro seu amor encontrar

Além da temática folclórica e da inspiração na cultura do município, a banda mescla os sons elétricos da guitarra de Jacques Zoopatia com os sons acústicos de Wilberth Silva, que traz os tambores de congo, a casaca e todo o poder da senzala e do passado de nossos ancestrais.

Grupo musical João Bananeira: Jefferson Araújo (voz e violão), Wilberth Silva (percussão), Jacques Zoopatia (guitarra base e solo), Danilo Debona (contrabaixo, voz e violão), Vando Max (gaita e contrabaixo)

Os artistas da banda a definem como um projeto musical em construção e que todo seu potencial poderá ser contemplado quando lançarem seu primeiro álbum com os recursos da Lei João Bananeira, na qual foram contemplados, devendo apresentar os resultados até meados de 2023.

Até lá, fãs, curiosos e amantes da boa música poderão conferir o valor dessa banda em eventos culturais do município.

A imagem acima foi registrada quando o grupo João Bananeira se apresentou no evento Sábado Cult, patrocinado pela Academia Capixaba de Letras e Artes de Poetas Trovadores (ACLAPT), no dia 30 de abril de 2022, no Espaço Cultural do Edifício Tiffany Center, na Praia do Canto, Vitória/ES.

Boas vibrações no rock e na música universal, nos vemos por aí!

Do seu editor do underground, Jacques Zoopatia.








domingo, 9 de janeiro de 2022

Cariacica ganha documentário sobre racismo estrutural

Cariacica ganha documentário sobre racismo estrutural


O coletivo cultural Cariacica Underground apresenta ao público capixaba o curta documentário Africanizar: racismo e cultura no Brasil. O vídeo foi gravado em locações nos bairros Oriente e Campo Grande, entre os anos de 2020 e 2021, trazendo uma reflexão sobre o racismo estrutural e sua influência silenciosa em nossas vidas.

O vídeo documentário traz o depoimento do poeta e escritor Edmar Joaquim da Silva, o Ferreira D'Jah, que apresenta performance de dança afro poetizada cujo texto afirma "se foram nossas raízes, se foram nossos irmãos... chorar não resolve", conclamando a população miscigenada a assumir seu próprio destino.


Edmar da Silva, o Ferreiro D'Jah, orienta que o povo miscigenado desfaça os baluartes fracos do racismo e encare a trajetória de vida que ainda lhes resta

O documentário traz também o depoimento de Byane Santana, manicure e moradora do bairro Oriente. Em sua fala, Byane deixa claro que ela ama sua cor, ama sua pele e seu cabelo e que nenhuma forma de racismo vai atingi-la.

O tema é abordado também pelo professor Osvaldo Martins de Oliveira, doutor em antropologia social, que explica que o racismo estrutural é um tipo de racismo que é transmitido de forma um tanto inconsciente pela estrutura social.

No Brasil, esse racismo, segundo o professor, é determinado pela pigmentação da pele, sendo de marca racial.

O documentário teve Jacques Mota na pesquisa, roteiro e direção, e Paulo Henrique de Oliveira, o Linguiça, como assistente de direção, pesquisa e roteiro.

Além do coletivo Cariacica Underground, o documentário teve o apoio do coletivo de audiovisual anarcopunk Faça Você Mesmo, do Cineclube Ambiental e do blog de cultura de rua Palhetadas do Rock.

O curta documentário tem a duração de 15 minutos e 54 segundos e está disponível na plataforma Youtube, podendo ser acessado através do link Africanizar: cultura e racismo no Brasil.

Prestigiem.