sexta-feira, 15 de novembro de 2019

IPEDOC promove encontro da cultura cariaciquense

IPEDOC Promove Encontro da Cultura Cariaciquense

Orlandina Dalapícola, presidente do IPEDOC, dá as boas vindas aos presentes no Chá Cultural Beneficente, realizado no Instituto de Pesquisa e Documentação Cariaciquense
O Instituto de Pesquisa e Documentação Cariaciquense (IPEDOC) promoveu um momento único de encontro de representantes da cultura cariaciquense.

No último dia 9 de novembro, num final de tarde no bairro São Conrado, Orlandina Dalapícola, atual presidente dessa importante instituição, reuniu representantes da música, pintura, arquitetura, escultura, história, cultura popular e literatura.

Foi um momento de troca de conhecimentos e propostas para projetos futuros, mas o objetivo principal do evento foi arrecadar fundos em prol das atividades desenvolvidas e apoiadas pelo instituto, sendo também uma ação em referência ao Dia Nacional da Cultura, comemorado no dia 5 de novembro.

Percurso inspirador

Já na entrada do IPEDOC, transpomos a ampla plataforma do edifício de dois pisos onde se situa o instituto, a qual rompemos com a curiosidade de quem adentra a um novo mundo, ou num cômodo descoberto numa casa antiga, ao qual nunca tivemos acesso.

Sensações e emoções numa mistura sinestésica que define a influência do ambiente sobre nossos corpos e espírito. Sinestesia! O longo declive nos deu tempo para refletir e imaginar o que queríamos encontrar naquele espaço cultural.

Logo no primeiro cômodo, encontramos a ilustre presença de Fábio Leite, cuja vivência familiar o faz um dos grandes conhecedores da história do município, já que sua família reside em terras cariaciquenses desde o início do século XIX, antes mesmo de nossa desvinculação da capital Vitória, o que se deu apenas em 1890. Além disso, Fábio Leite também é um repositório de documentos e estudos autodidatas sobre nossa formação cultural.

Encontramos Mestre Agildo, da folia de reis do bairro Vale dos Reis, que conhecíamos apenas por ser funcionário da escola em que nossas filhas estudavam. Grata surpresa que nos causou, resultante da falta de um diálogo mais intimista a que não nos permitimos no dia a dia, em que resumimos um contato pessoal a "como vai, tudo bem?".

Participou também do evento o presidente da Academia Cariaciquense de Letras (ACL), o escritor Marcos Bubach, que prestigiou a amiga Orlandina com a doação de exemplares de suas obras para o instituto.



Enquanto surgia o Mochuara no horizonte da tela da artista plástica Maria Zélia, a escritora Cínthia Pretti, membro da Academia de Letras, declamou poemas de seu livro "Cariacica em Versos", desafiando o público a solicitar por temas a que suas poesias teriam se debruçado, demonstrando a abrangência de sua obra.

Cínthia Pretti, escritora e turismóloga
O encontro teve ainda a presença do Quarteto Mochuara de Violões, formado por alunos do bacharelado de violão da Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames), que executou obras do repertório popular brasileiro, e o violinista Lucas Rodrigues Mendonça, considerado "brilhante", aluno do 3º ano do Curso de Formação Musical da Fames.


Acima, os violonistas Lucas da Silva Rodrigues, matheus Rosenthal França da Rocha, Paulo Henrique Basílio Simões e Lucas Souza dos Santos. Foto: Ipedoc

O IPEDOC é uma organização não governamental sendo guardiã de parte da história oficial do município, cuja proposta é registrar, resgatar, preservar e divulgar a memória histórica e cultural de Cariacica.

O instituto é responsável pelo resgate da primeira obra escrita sobre a história de nossas terras, levando tal documento a sua segunda reimpressão, com nova e moderna diagramação. Trata-se do livro "Cariacica: resumo histórico", de Omyr Leal Bezerra (1929-1982).

Dentre suas ações de preservação, o instituto mantém um importante acervo de livros e documentos, além de obras de arte, como pinturas e fotografias, que retratam e registram nossa história.

O IPEDOC tem sede atual na rua Araras, 347, no bairro São Conrado, onde oferece aos visitantes e pesquisadores um espaço adequado para leitura e estudo, devendo as visitas serem agendadas pelo e-mail ipedoc@hotmail.com.

Como membro da Academia Cariaciquense de Letras, jornalista, produtor cultural e editor das Palhetadas do Rock, considero de extrema importância eventos que reúnam artistas, produtores e defensores da cultura, mesclando as diversas manifestações que moldam e marcam nossa identidade.

Vida longa ao IPEDOC.

Viva o Dia Nacional da Cultura.

TUDO PELO ROCK!

Texto, imagens e pesquisa: Jacques Mota - Jornalista
Assistente de produção: Nágima Santina das Posses

Acima, Ronaldo Sielemann, diretor cultural do Ipedoc, com duas das esculturas doadas pelo escultor Hippólito Alves, para presentear os participantes do encontro: uma réplica da basílica de Santo Antônio e uma escultura do padre José de Anchieta


Acima, o violinista Lucas Souza dos Santos, acompanhado de Ronaldo Sielemann
Acima, o jornalista Jacques Mota recebe a escultura do padre José de Anchieta das mãos de Ronaldo Sielemann, diretor cultural do Ipedoc. Foto: Ipedoc
Na extrema direita, Fábio Leite









segunda-feira, 4 de novembro de 2019

O santo dos artistas cariaciquenses

O Santo dos Artistas Cariaciquenses

Um dito popular diz que Deus cuida dos bêbados e das criancinhas. Pois bem, deve existir pelo menos um santo que cuide dos proponentes de projetos culturais em Cariacica e um que dê algum minuto de atenção aos treineiros editores de vídeo. Ufa!

Em mais um dia daqueles, estava sendo procurado por várias distintas pessoas, nos dois sentidos, que me apertavam a agenda, cobrando a edição dos micro documentários que prometemos entregar no projeto do cineclube ambiental.

O que ocorre é que no desejo de favorecer as periferias, acabamos abarrotados de projetos em andamento, tornando o tempo escasso para sua devida conclusão. E, imaginem, sempre planejamos encerramentos dignos do trabalho a que nos propúnhamos.

E não sendo suficiente a quantidade de projetos em que nos metemos, levamos o projeto do cineclube ambiental até bairros nem sempre próximos de nossas casas -  imaginem um traslado do bairro Oriente até Cariacica Sede.

Assim nascem as epopeias, aquelas histórias de eventos extraordinários que só filhos de deuses são consagrados a cumprir. Bem, não é esse o nosso caso, o de sermos filhos de deuses.

Sendo assim, debrucei-me sobre o ultra book, ou melhor, sobre os vídeos de celular feitos pelos participantes das oficinas do bairro Vila Isabel. Seria com eles que comporia então o documentário tão aguardado sobre o bairro, utilizando a ferramenta Lightworks.

O meu receio é que o material que tinha em mãos fosse insuficiente, o que nos demandaria novas visitas, mais entrevistas, nova pesquisa, produção, aff... e tudo o mais.

Dona Elza e Dodô chegaram até a nos cobrar, de uma forma bem sutil, negando o CNPJ da associação para mais um projeto cultural, pelo menos até a entrega do produto. Bem, faz parte da ópera.

É por isso que acredito no santo protetor desses coitados produtores culturais e artistas cariaciquenses.

O pequeno documentário ficou muito bom, mesmo com as poucas filmagens produzidas pelos participantes, a falta de tempo para a edição e o próprio registro das oficinas que não chegaram até nossa caixa de e-mail. Nada disso influenciou na qualidade e no interesse em dar o melhor de nós. É assim que sempre fazemos, o melhor.

Mas o que salvou mesmo foram os filmes que fiz numa das apresentações do cineclube.

Pipoca, refrigerante e toda a criançada atenta aos curtas exibidos no telão da Associação de Moradores de Vila Isabel.

Uma festa. Tudo registrado. Falas, risadas, gargalhadas, expressões atônitas e de contemplação pelo belo, que é a arte que o homem produz. Uma maravilha.

Foi o que salvou a pátria mais uma vez. Ser proativo tem suas vantagens. Uma câmera na mão e ideias na cabeça.

Então, dedicamos nosso domingo e madrugada de segunda-feira para o tratamento das imagens e som, porque nosso prazo final já se esgotara há muito tempo.

E querem saber? O vídeo ficou ótimo.

Gravamos uma abertura com um texto baseado nos vídeos enviados: pontos viciados de lixo, assoreamento de um canal e, na sequência, imagens de um alagamento na entrada do bairro por conta de uma obra pública, ao som de um pesado hardcore. Depois, os depoimentos da galera. Pronto, um sucesso!

— Obrigado mais uma vez, ó santo dos artistas cariaciquenses!


domingo, 27 de outubro de 2019

Literatura e Rock em Prosa Moderna

Literatura e Rock em Prosa Moderna

O presidente da Academia Cariaciquense de Letras, escritor Marcos Bubach, recebe as estudantes Luisa Mota, Ana Victória e Nanda de Souza, da Escola Viva Itagiba Escobar, que prestigiaram a 2ª Feira Literária de Cariacica, realizada no Ifes nos dias 24, 25 e 26 de outubro de 2019

Participamos da 2ª Feira Literária de Cariacica (Flicari), evento organizado pela Academia Cariaciquense de Letras (ACL), no Ifes de Cariacica, para descobrirmos as influências do rock na literatura, e vice-versa.

Foram três dias de intensas atividades culturais com batalha de slam, lançamento de ontologia, concursos e oficinas literárias, rock e literatura.

Cerimônia de obliteração do selo em homenagem ao músico e poeta Renato Russo, durante a 2ª Flicari, com - da direita para a esquerda - Dílio Lyra (representando os Correios), Marcos Bubach e Jacques Mota, da Academia Cariaciquense de Letras, e os representantes dos corpos discente e docente do Ifes Cariacica

Passaram por lá Aleister Crowley, os The Doors, Renato Russo e Aldous Huxley. Bob Dylan, Raul Seixas e Iron Maiden. O Zoopatia e o The Rain se encontraram, no mesmo palco. Também o Porrada e a banda Phossatery. Todos nas vozes, corpo e pensamento de Anaximandro Amorim, José Roberto Santos Neves, Jacques Mota, Fabrício Hoffmann, Renata Bomfim e Vitor Cei.

Estima-se que cerca de setecentos amantes do rock e da literatura circularam naqueles três dias de feira. O evento foi um sucesso em qualidade e diversidade de público e expositores.

Para quem queria comprar algum livro com os minguados reais de final de mês, pode contar com alguns exemplares da Livraria Paulinas, a 5, 10 e 15 reais.

Muitos autores cariaciquenses estiveram presentes com suas obras, expondo e dialogando com o público formado grandemente por estudantes das escolas públicas que participaram do evento, como a escola Itagiba Escobar e Terfina, de Sotema e Itacibá, cujos alunos foram caminhando até a feira, por conta da proximidade.

A escritora Ida Borchardt recebeu crianças e adolescentes do projeto Minas da Quebrada em sua oficina de versos livres e sarau poético

Outras escolas, como o Hunney Everest, trouxeram seus alunos em ônibus cedidos pela Ceturb e pela Prefeitura de Cariacica, fruto de pedidos da organização do evento.

Uma feira literária dessa envergadura depende do trabalho intenso de uma equipe interdisciplinar muito comprometida e organizada que, com poucos recursos, transformou o simples em algo especial e marcante, tematizando o ambiente, recebendo convidados, organizando logística e dando seguimento à próxima atração.

A terceira Flicari já está rolando e aguardamos ansiosos para que seja realizada num início de mês, e não no final, para termos o dindin necessário para trocarmos pelos versos e prosas tão importantes para nossas vidas.

O tema da próxima feira, proposto por Júlive Argentina, uma das organizadoras do evento, e já acatado pelo presidente da Academia Cariaciquense de Letras, o escritor Marcos Bubach, trará a cultura japonesa do mangá e do anime para nossas mesas. Vida longa à Flicari!

Paulo Henrique de Oliveira (Linguiça, do Grupo Motim de Teatro), Renata Weixter (secretária de cultura de Cariacica), Júlive Argentina (Bibliotecária da Biblioteca Municipal), Jacques Mota (membro da ACL) e Marcos Bubach (presidente da Academia Cariaciquense de Letras - ACL)

Escrevo essas linhas como amante e praticante dessas duas artes, a literatura e a música, especificamente rock e punk, como guitarrista fundador da banda Zoopatia e como monografista da temática underground através das crônicas punk cariaciquenses.
Ao som do álbum As Quatro Estações (1989), da banda Legião Urbana, em modo de reprodução aleatória a partir de um site de streaming em que temos uma conta universitária a oito reais e cinquenta centavos por mês, descrevemos mais essa epopeia de nossa amada Cariacica Underground.

Até as próximas Palhetadas do Rock, agora, finalizando com Blowin in the Wind e outras, de Bob Dylan, o ganhador do Prêmio Nobel de literatura em 2016.

Texto, imagens e pesquisa: Jacques Mota - Jornalista
Assistente de produção: Nágima Santina das Posses

O rock não morreu

Selo obliterado, peça de colecionador

Banda cover de Legião Urbana, Elemento 26



Felícia Scabello

Betho Penedo e Márcia Reis


Mesa de altíssima qualidade, nas palavras de Renata Weixter, secretária de cultura de Cariacica, com o professor Anaximandro Amorim, José Roberto Santos Neves e Jacques Mota, tendo como mediadora a escritora Renata Bomfim

Rock é vida, é identidade... viva o rock and roll

sábado, 14 de setembro de 2019

Cariacica Punk é Tema de Dissertação na Ufes

Cariacica Punk é Tema de Dissertação na Ufes

Acima, Jacques Mota (guitarrista fundador da banda Zoopatia), Paulo Henrique de Oliveira (RHC), Sandriani Muniz e Marcelo Ribeiro (baterista da banda Ferida Exposta em 1983): aprovação com plena convicção de que se trata de um fundamental ponto de partida

Atitudes de contestação e protesto, brados de "faça você mesmo" e "não ao racismo", campanhas pelo voto nulo e contra o Estado, a disseminação da ideologia anarquista e a exaltação do lugar onde viviam, o subúrbio, eram materializadas em letras e músicas, pichadas em muros, gritadas ao som de guitarras barulhentas, acompanhadas de coturnos, moicanos e correntes.

Faziam parte desse cenário as camisetas pretas com pets de bandas, fanzines, debates e encontros punk. Essa era a cena underground da Grande Vitória no final dos anos 80, num ambiente de dúvidas sobre a noviça democracia que acabávamos de conquistar e ainda sob o manto funesto e ameaças do militarismo.

Nesta semana, nossa amada Cariacica Underground recebeu um grande presente de reconhecimento por toda sua história de participação na cultura jovem de rua do Espírito Santo.

Sandriani Muniz tornou-se, na manhã do dia 10 de setembro de 2019, na sala 4 do Centro de Artes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), a mais nova monografista da temática punk capixaba, juntamente com Alberto Vidal, já devidamente biografado neste blog.

Sandriani Muniz, ao centro, após defesa, com os membros da banca Prof.ª Dr.ª Aissa Afonso Guimarães (Programa de Pós Graduação em Artes/UFES), Prof. Dr. Pedro Silva Marra (Departamento de Comunicação/UFES), de camiseta verde, e seu orientador Prof. Dr. Gaspar Leal Paz (Programa de Pós Graduação em Artes/UFES)

Com sua dissertação de mestrado "Resistência punk no município de Cariacica/ES - uma narrativa estética, musical e teatral no meio underground", Sandriani Muniz resgata parte da história dos movimentos jovens de rua capixabas surgidos nos anos 80, especialmente o movimento punk, que teve na juventude de Cariacica sua mais forte base ideológica e de participação. 

No Estado, o movimento punk teve como polo agregador de jovens as bandas punk Ferida Exposta, Korja Suburbana, Guerrilha, Zoopatia e Resistência Hardcore (RHC), as três últimas, de Cariacica. Em sua pesquisa, Sandriani entrevistou seus componentes, abrangendo também ações derivadas daquele movimento, caso do Grupo Motim de Teatro, influenciado por toda a estética e ideologia punks, e do evento República do Rock, realizado anualmente no Bairro República, em Vitória.

Além das entrevistas, Sandriani conseguiu reunir um valoroso e diversificado material gráfico que por si só representa um registro importante da história desse movimento e que estará disponível a todos na Biblioteca Central da Ufes.

Grande parte desse material estava na posse de Paulo Henrique de Oliveira, o Linguiça, vocalista da banda RHC, considerado pelas Palhetadas do Rock o representante do movimento anarcopunk no Espírito Santo na atualidade.

Presente na defesa da dissertação, Paulo Henrique afirmou que está criando um museu vivo do punk ES com todo o material que possui. Aguardamos ansiosos a realização de tão importante iniciativa, que saia do papel e torne-se uma realidade.

Em sua dissertação, Sandriani juntou letras e fonogramas das músicas da época, destacando a música Políticos, da banda Zoopatia, por retratar as mesmas vicissitudes da atualidade, apesar de ter sido composta no final dos anos 80.

A letra retrata o descontentamento da juventude com o Estado e com a política, sentimentos comuns que levariam o movimento punk mundial a se aproximar das ideias anarquistas, surgindo a vertente anarcopunk.




Artista: Zoopatia
Data da composição: 1987
Gênero: punk rock
Prêmio: música revelação do 1º Festival de Música Capixaba (1º FEMIC), patrocinado pelo Departamento Estadual de Cultura (DEC) em 1989.

Políticos
(Zoopatia)

Vote em mim para presidente
vote em mim para governador
vote em mim para deputado
ou então vereador, senador

Sou político, vote em mim
para qualquer posição
só mais um não faz diferença
no meio de tantos sanguessugas

Vou prometer, vou te enganar
o povo gosta de ser enganado
como podem ser tão iludidos
é só prometer, prometer... 
é só prometer, prometer...

Quero ter carros e mansões 
voar de avião, conhecer o mundo
enquanto vocês aplaudem e riem
seus babacas, seus palhaços
votem em mim, votem em mim

As Palhetadas do Rock agradecem a lembrança e disponibilizam a íntegra da defesa de dissertação de Sandriani Muniz na rede social Youtube, a partir do link abaixo.




Em breve, publicaremos a dissertação de mestrado de Sandriani Muniz em nosso blog.

Do seu amigo de sempre...

Punks Not Dead!

Até as próximas Palhetadas do Rock!

Punk e rock juntos



segunda-feira, 2 de setembro de 2019

1ª Feijoada Vermelha de Cariacica: formação, confraternização e luta social

1ª Feijoada Vermelha de Cariacica: formação, confraternização e luta social

Acima, Edval (Chamusquin), Namy Chequer, Ferreiro Djhá (Edmar Joaquim da Silva - poeta e escritor) e Jacques Mota convidam a todos e todas a participar de mais uma etapa para afinar as violas da política e do convívio social a favor de nossa amada Cariacica Underground

A luta social é uma constante em nossa Cariacica Underground... esgoto a céu aberto, mobilidade zero, desrespeito do poder público com crianças e idosos, grandes empreendimentos privados com apoio municipal e nenhum compromisso social.

Temos que ser duros para resistir, e temos que lutar nas políticas partidária e de bairro.

Além do acesso à cultura, esporte e lazer, temos que fortalecer ações de moradores e amigos do bairro que têm energia para levar à frente nossas necessidades de vida.

Participar das associações de moradores, dos conselhos tutelares e valorizar nossos artistas, eis nossa missão imediata.

Por isso as Palhetadas do Rock apoiam e participam diretamente das ações da direção municipal do Partido Comunista do Brasil em Cariacica.

Então, estaremos juntos na 1ª Feijoada Vermelha, no dia 7 de setembro, a partir das 9 horas, no Chamusquin Restaurante Cultura Bar, no bairro Oriente.

O evento, além da confraternização entre os membros do Partido, pré-candidatos e militantes locais, objetiva a arrecadação de valores para a manutenção de pequenas ações da direção municipal.

Na programação, haverá um momento de formação política, a partir das 9 horas, com palestra de membro da Direção Estadual do PC do B, e, a partir das 12 horas, será servida a 1ª Feijoada Vermelha de Cariacica, acompanhada de um momento cultural.

A participação no evento é aberta a todos e todas que compartilhem dos mesmos ideais e terá o valor de 25 reais por pessoa.

Os convites devem ser adquiridos junto aos membros do Partido ou no próprio local, antecipadamente.

Acima, membros da direção municipal
do PC do B em Cariacica... se você conhece algum deles, corre lá...

Dúvidas e sugestões:
27 99720-8797, 27 99933-1098 e 27 99946-5171

Chamusquin Restaurante Cultura Bar,
R. Jerusalém, 20, Oriente, Cariacica/ES

Do seu editor punk e vermelho...

Até as próximas Palhetadas do Rock!



domingo, 11 de agosto de 2019

A Maior Semana Cultural da Nossa Cariacica Underground

A Maior Semana Cultural da Nossa Cariacica Underground


Acima, Hudson Braga e Nelson Ricardo Amaro, do Grupo HB de Teatro,
em Vitor ou Vitrola!?: o homem ou a máquina

Salve, salve, punk rockers.

Cariacica teve sua maior semana cultural do underground, da cultura de rua, gratuita e amigável, de todos os tempos.

A abertura do evento foi no dia 3/8, com uma feijoada musical, um momento único de gastronomia cultural colaborativa: palco aberto e carne seca no feijão... acima, Nego Wilson acompanha amigo no violão

Ao som da trilha sonora do Brígida D'la Penha, via Spotify, escrevo mais essa crônica do nosso underground cariaciquense bosta seca, afirmando que a riqueza de nossa cultura local se mantém viva no teatro, na música, na literatura e nas propostas culturais.

E repito aqui o apontamento de nosso mais novo amigo Cláudio Machado, que disse: "vocês precisam mostrar isso ao mundo", referindo-se às manifestações artísticas que estava vivenciando nessa sua nova Cariacica, que não conhecia.

No segundo e terceiro dias tivemos o DJ AP, com som de vinil, e o Cineclube Ambiental, com o filme Viver para Lutar, que conta a história das "minas" no movimento anrcopunk brasileiro, um documentário que resgata a luta feminista desde o final dos anos 80 até os anos 2000

Desde os Fest Rock que rolaram na Expedito Garcia nos anos 90 (92 e 94), não vimos uma circulação e mobilização de artistas do underground tão significativa como essa. Batalha de rap, sarau poético, rock punk, punk rock, periquitinho, teatro, feijoada, DJ AP, cineclubismo. Muitos e muitas circularam por ali.

Foram abundantes as expressões de carinho e acolhimento entre membros de diversas estéticas, signos, significados e significâncias, de tantas expressões tão imprevisíveis como os gestos de agradecimento de nossos grandes cicerones, mestres Chamusquin, Edival de Souza, e Elton, que, por um fio, transitam entre a cultura e a sobrevivência necessária.

No quarto dia, além da batalha de rap, tivemos a  apresentação
da peça teatral O Direito que Faltava, com o grupo Motim de Teatro

A Semana Cultural do Chamusquin Restaurante Cultura Bar, de 3 a 10 de agosto de 2019, ainda não acabou e terá repercussões por muito tempo ainda.

Sérgio Sampaio encontrou-se com o Brígida, e não foi ficção. O Jack, como sempre, esteve presente. O Ling, mais uma vez, colocou todo seu talento à disposição do coletivo. Os metais do Lordose Pra Leão se apresentaram, ou alguém duvida? Mestre Ferreira se comportou como um lord brasileiro, com a ginga e a sabedoria dos escravos guerreiros que esquecemos, e assim tantos outros se doaram ao ideal de liberdade e resistência cultural que representou a Semana Cultural.

A peça Vitor ou Vitrola!? com o grupo HB de Teatro

A cerveja estava gelada, com boas opções, inclusive uma artesanal a 12 reais, muito boa, que valeu cada centavo, uma pale ale frutada, bem densa, rejeitada pela maioria das mulheres. Mas... de quais mulheres estamos falando?

A "Casa Chamusquin" retorna à atividade cultural depois de um espasmo de quatro anos... sim, quatro anos. O que aconteceu nesse período, não imaginamos, mas há algo que sabemos ser unanimidade: o novo espaço, em funcionamento desde janeiro deste ano, consegue energizar a todos e todas que por ali passam. Ninguém ficou imune a essa energia invisível de amor e de alegria... acho que estou ficando velho...

Na sexta, as bandas Brígida D'la Penha e Estado Civil

Bem, punk rockers, o Chamusquin Restaurante Cultura Bar se firma como um prolongamento de nossos lares, onde poderemos nos encontrar, conversar, rir um pouco e, é claro, planejar e executar nossa resistência cultural...

A Semana Cultural encerrou suas atividades no sábado, 10, com um encontro entre três dos membros fundadores da Academia Cariaciquense de Letras - ACL, Marcos Bubach, autor de Fevereiro Sangrento e O Orfanato Cristo Rei: do Sacrifício à Ascensão, Jacques Mota, jornalista e editor do blog Palhetadas do Rock, autor do livro História de Cariacica pela Voz de Seus Afrodescendentes, e Edval de Souza, o nosso Chamusquin.

Marcos Bubach, Edval de Souza e Jack Zoopatia, membros fundadores da Academia Cariaciquense de Letras - ACL

Nesse encontro foram traçadas parcerias futuras para atividades literárias. Que assim seja!

Essas são as palavras deste velho punk.

Até as próximas Palhetadas do Rock...

Do seu amigo de sempre, Jack Zoopatia.



Mostra de zines
Namy Chequer com Edval de Souza - Chamusquin, Ferreiro Djhá - poeta e escritor Edmar Joaquim de Souza, e Jacques Mota - jornalista, escritor e produtor cultural
Fã Clube do Clube de regatas Vasco da Gama




Vander poeta e Marco Zumbi

Pra quem duvidou, os metais do Lordose Pra Leão

O poeta Vander e jack Zoopatia, ao fundo, com a camiseta preta do Fest Rock, realizado em 1994