sábado, 26 de setembro de 2020

Karla Stelzer solta a voz

Karla Stelzer

solta a voz

Karla Stelzer com Helder Cândido e Wilberth Rodrigues, no Além Pantera

Karla Stelzer canta as dores da alma. Ao lado dos discretos, mas competentes, Helder Cândido (guitarra) e Wilberth Rodrigues (percussão), Karla Stelzer solta sua voz marcante para nos dar um momento de respiro em meio à maior pandemia do século.

A apresentação aconteceu no bar Além do Pantera, na brejeira Big Field, sexta, 25/9.

As muitas distrações do ambiente, tira-gostos, bate-papos, goladas de cerveja, não foram e nunca serão obstáculos para o timbre dessa garota. É impossível se manter alheio com ela cantando por perto. Seu repertório de pop-rock e autorais nos contagia até nos levar á pista de dança, o que mais uma vez aconteceu, levando todos a se juntarem à Karla em meio aos hits que interpretava. Pista cheia.

Karla busca hoje retomar seu lugar no circuito de barzinhos da Grande Vitória. Não tenho dúvidas que vai ser tranquilo pra ela, e ficamos muito gratos pela disposição que tem demonstrado no último ano: Karla agora investe em música autoral. Afinal, Cariacica sempre deu bons frutos para a música local, do lado de cá da ponte, é claro.

Karla Stelzer

Os pontos altos de sua apresentação, além de sua voz, foram as interpretações de João Foguete e outras músicas da banda autora de A Formiguinha, o Brígida D'la Penha, e a interpretação de sua música própria Ainda Vou Sorrir, do refrão "vai passar". Vale conferir.

Em conversa com a intérprete, compositora e violonista, Karla nos fez lembrar do rei do pagode, sim, ele mesmo, o Zeca. Sua filosofia de vida, neste momento, segue um pouco a linha do "deixa a vida me levar, vida leva eu", explicando que hoje segue vivendo "sem planejar" a sequência dos acontecimentos do seu dia a dia.

Nos últimos anos, Karla teve que decidir entre o que amava, a música, e um trabalho que a consumia física e mentalmente. Ela abriu mão de uma boa vaga de emprego para dedicar-se à música, e quer viver assim, fazendo o que move seu coração.

Wilberth Rodrigues

Na atual formação, Karla vem acompanhada dos músicos Helder Cândido (guitarra) e Wilberth Rodrigues (percussão), ambos, como disse, competentes no que fazem.

Segundo Karla, o grande acontecimento em sua vida musical recente foi ter conhecido os camaradas do Brígida D'la Penha, que lhe dão força para continuar na empreitada autoral. E não é difícil perceber e sentir o clima de amigos e irmãos que paira também entre todos que  a cercam, especialmente entre ela, Helder e Wilberth.

Helder Cândido, canhoto ao contrário

Com a liberação para o funcionamento de bares e restaurantes, Karla iniciou sua circulação em barzinhos de Campo Grande e Vitória. Fácil encontrá-la. Temos certeza que ganhamos uma nova artista local.

As Palhetadas do Rock continuam vibrantes e atentas.

Usem máscaras, álcool gel e mantenham o distanciamento social. Hoje ainda falecem cerca de setecentos brasileiros por dia. Quando tivermos a vacina, tudo ficará melhor.

Um grande abraço deste editor do underground cariaciquense bosta seca.

Acima, Luizinho Dezan, Sandra Mara, Jacques Zoopatia e Alessandro Nicacio



Todos precisamos de um respiro





domingo, 12 de abril de 2020

Cultura Laica, Cultura Arcaica

Cultura Laica, Cultura Arcaica
Ferreiro Djáh e Jacques Zoopatia
Jovens mancebos sedentos e amantes do rock, ou nem tão jovens assim, pois a juventude, classificam, vai até aos 29 anos de idade, depois disso, deixamos de ser adolescentes-jovens, jovens-jovens e jovens-adultos, para sermos apenas adultos, e depois idosos. Mas falo especialmente aos da minha geração que acompanham as Palhetadas do Rock desde fevereiro de 2013. 

Em tempos de Coronavírus, em tempos de isolamento social, as necessidades básicas daqueles que vivem à margem de tudo recrudescem e nos chamam a atuar como pessoas e como poderes públicos, os quais temos de operar e direcionar para o melhor resultado possível. 

Neste mês de abril, artistas cariaciquenses e de todos os lugares tiveram suas atividades paralisadas pelo confinamento necessário, mas foram reconhecidos e receberam um oportuno alento: cestas de alimentos, de um lado, e editais de cultura para atividades online, de outro. Boas falas! 

Mesmo com tantas restrições, nossos artistas estão “se virando”, vendendo alho puro e misturado, trabalhando como ajudante de obras ou recebendo os últimos trocados das atividades do Verão.

Paulo Henrique Linguiça, lutando pela sobrevivência,
vendendo alho puro e misturado... olha o alho aí!
Mas também entre artistas existe solidariedade. A banda Brígida D’La Penha que o diga, sempre atendendo ao chamado dos necessitados com ações de coleta de alimentos, todos os anos, com seu “Natal Para Todos”, e também comprando alho puro e misturado. 

Esta semana, o poeta e escritor Ferreiro Djáh, radicado em Cariacica, doou uma cesta de frutas, legumes e hortaliças para uma “missão evangélica” no intuito de fazer chegar alimentos aos mais necessitados. Uma bela atitude. 

“Tocou meu coração doar para um projeto que já tinha ouvido falar e pesquisado sobre suas ações. Então, doei parte do alimento que recebi como oferta da Secretaria de Cultura de Cariacica”, disse Ferreiro.

Acima, Ferreiro Djáh, agachado, e os amigos Edival de Souza (Chamusquin),
Namy Chequer e Elton de Souza

“Doei como artista, como representante do Espaço Cultural Chamusquinho”, afirmou. 

A entidade contemplada foi a Missão Neemias, da Igreja evangélica Assembleia de Deus, que fica em Campo Grande. A entidade, além do edifício para os cultos diários, na avenida Getúlio Vargas, 90, possui uma cozinha industrial próxima ao terminal de ônibus de Campo Grande, onde produzem marmitas para enfermos e desabrigados. 

“Quando fiz a doação, percebi um espanto, percebi que foram impactados com minha idade”, disse Ferreiro. 

Ferreiro Djáh, nascido Edmar Joaquim da Silva, 62 anos, é o autor de “O Pensar Sem Medo”, uma coletânea de poesias em que retrata as vicissitudes da vida com um olhar social e emocional. Carioca de nascimento, teve participação em novelas da Rede Globo como “Dancin’ Days” e “Partido Alto”. Teve formação em teatro e dança com Kátia Kaulá e Gilberto de Assis, na década de 70 do século XX, no Rio de Janeiro.

Hoje, Ferreiro Djáh concentra suas atividades no Espaço Cultural Chamusquin e aguarda o resultado do edital de Produção e Difusão Literária, da Secult/ES, para publicação de uma continuação de “O Pensar Sem Medo”, e pleitear um lugar na Academia Cariaciquense de Letras (ACL).

Dentre as atividades em andamento, Ferreiro faz parte da produção do curta doc “Africanizar”, um relato da diáspora dos miscigenados no Brasil, com foco em Cariacica. Nele, Ferreiro declama uma poesia reflexiva sobre o negro, de sua autoria, em meio a uma performance de dança afro, produzida por ele mesmo. 

O escritor e poeta Ferreiro, faz parte do grupo de artistas que recebeu apoio da prefeitura nesse difícil momento, mas apesar disso, faz parte de uma programação para distribuir alimentos a pessoas mais necessitadas do entorno do bairro Oriente, juntamente com Edival de Souza, o Chamusquinho. 

“Construímos um fogão à lenha para a comunidade usar gratuitamente, sem ter gastos com gás ou eletricidade, um fogão comunitário, para todos cozinharem”, diz Edival. O fogão foi construído no quintal de sua casa, ao longo de 1 ano, no bairro Oriente, próximo à prefeitura de Cariacica.

Acima, Edival de Souza ao lado dos amigos imortais, Marcos Bubach, presidente da Academia Cariaciquense de Letas (ACL), e Jacques Mota

Edival de Souza divide sua vida entre a cultura e a manutenção de seu restaurante, com uma produção diária de quentinhas para os funcionários da prefeitura, da secretaria de cultura, empresas do entorno e para os feirantes de domingo, em Campo Grande. 

“Agora estamos operando com 30% da produção diária. Por isso, estou cozinhando a comida no fogão à lenha, para economizar, e os clientes estão adorando o sabor dos alimentos”, relata. 

Edival está programando o preparo de uma macarronada com carne moída para doar aos trabalhadores ambulantes dos sinais de trânsito da BR 262, em Campo Grande. 

“Está tudo parado. As pessoas estão passando necessidade e o pior ainda está por vir”, diz.

Chamusquinho, em isolamento social para o bem de todos
Mesmo com uma redução tão drástica em seu meio de sobrevivência, Edival de Souza reclama da falta de consciência das pessoas que se negam a manter o afastamento social. 

“As pessoas não estão nem aí e não é falta de informação, por isso eu estou me preparando para ajudar. Gostaria que as pessoas tivessem consciência e ficassem em casa. As ruas estão cheias de carros e o governo está levando as pessoas para a morte”, denuncia Edival. 

“As pessoas querem seguir alguém, querem um chefe para se espelharem e dominá-los. E esse alguém as está guiando para a morte. Se isso acontecer, a culpa será desses governantes”, desabafa Chamusquinho. 

Em sua avaliação, as comunidades têm que se organizar e fazer movimentos e greves para guiar os poderes públicos que não têm a disposição necessária para mudar a vida das pessoas para melhor. 

Assim, o rock também se posiciona politicamente, fazendo parte das revoluções. Nos preocupamos com todos e queremos igualdade de oportunidades. 

Diga não ao racismo, ao fascismo e a todos os movimentos totalitários que querem acabar com a democracia. 

Do seu editor do rock and roll.

Até as próximas Palhetadas do Rock.

O baixista é foda!

domingo, 22 de março de 2020

É COVER, MAS É BOM!



Abaixo, Janaína Costa e Banda tocando o mais puro rock internacional no aniversário do nosso amigo Borracha, comemorado em fevereiro de 2020, com a maestria de quem ama o rock, no Bar Caverna, em Cariacica Sede. Detalhe: com Nego Wilson na guitarra... perfeitos!

Janaína Costa e banda recebem com louvor nosso selo "É COVER, MAS É BOM!

Janaína Costa e Banda - rock internacional

Nas braquiárias do rock, não curtimos cover, mas quando é bom, assumimos: É COVER, MAS É BOM! Então, sigam a lista do que vimos e acompanhamos em nossa recente jornada underground.

Banda In Mind, grunge total, do conhecido Bronha, amplamente registrada nas Palhetadas?

É COVER, MAS É BOM!

Banda In Mind - grunge Seattle

Banda A Metamorfose, uma versão renovada de Raul Seixas, from hell com certeza, idealizada pelo nosso amigo Gilson Churrasco, com Nego Wilson na Guitarra?

É COVER, MAS É BOM!

Banda A Metamorfose - cover do Raul

E quem não viu ou ouviu falar da pioneira banda cariaciquense que dava um banho em todas as outras, já na década de 80?

A banda Impressão Digital, que simplesmente fazia versões do Iron, Black Sabbath e Metálica, numa época em que ninguém sabia tocar? 

ERA COVER, MAS ERA BOA!

Banda Impressão Digital - heavy metal

Acima, Rivaldo, guitarrista da banda Impressão Digital, que faz parte do Mapa Conceitual do Underground em Cariacica (1980, 1990 e início dos anos 2000) - cover do Iron, Black Sabbath, Metálica e outros.

E a banda Overload, com a grande vantagem dos ouvidos biônicos de Guto Ferrari?

É COVER, MAS É BOM!

Banda Overload - rock clássico

Thiago Tonini e seus projetos musicais. Temos que tirar o chapéu, porque o cara se dedica ao rock and roll.

É COVER, MAS É BOM!

Thiago Tonini e Banda - rock clássico

Banda Vertigem, com as performances do vocalista Bruno, que também participou da banda V8 (clássicos do rock).

Esse cara É COVER, MAS É BOM!

Banda Vertigem - rock clássico
 
Para os amantes do bom e velho rock and roll, nossos thirsty for rock (sedentos por rock) que quiserem indicar bandas capazes de receber o selo "É COVER, MAS É BOM!", das Palhetadas do Rock, indiquem as próximas vítimas na caixa de diálogo e vamos ver se os caras têm peito e coragem de nos enfrentar.

Se os caras forem bons... É COVER!

P.S.: os mais atentos, aqueles que realmente vivem o rock and roll, com certeza observaram os templos locais do rock onde vimos e ouvimos todas essas bandas covers: bar Caverna, em Cariacica Sede; bar Rendez Vous, na Av. Jerusalém, Campo Grande; Garagem do Brígida, em Rosa da Penha; bar Canto da Roça, em Itapemirim; e Bar do Gilson, antigo Chamusquin Rock Power, todos templos do rock cariaciquense.


"A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez." Friedrich Nietzsche

Sigam as Palhetadas do Rock!

Thank you brothers!


terça-feira, 17 de março de 2020