O Santo dos Artistas Cariaciquenses
Um dito popular diz que Deus
cuida dos bêbados e das criancinhas. Pois bem, deve existir pelo menos um santo
que cuide dos proponentes de projetos culturais em Cariacica e um que dê algum
minuto de atenção aos treineiros editores de vídeo. Ufa!
Em mais um dia daqueles, estava
sendo procurado por várias distintas pessoas, nos dois sentidos, que me
apertavam a agenda, cobrando a edição dos micro documentários que prometemos entregar
no projeto do cineclube ambiental.
O que ocorre é que no desejo de
favorecer as periferias, acabamos abarrotados de projetos em andamento,
tornando o tempo escasso para sua devida conclusão. E, imaginem, sempre planejamos
encerramentos dignos do trabalho a que nos propúnhamos.
E não sendo suficiente a
quantidade de projetos em que nos metemos, levamos o projeto do cineclube ambiental até bairros nem sempre
próximos de nossas casas - imaginem um
traslado do bairro Oriente até Cariacica Sede.
Assim nascem as epopeias, aquelas
histórias de eventos extraordinários que só filhos de deuses são consagrados a
cumprir. Bem, não é esse o nosso caso, o de sermos filhos de deuses.
Sendo assim, debrucei-me sobre o
ultra book, ou melhor, sobre os vídeos de celular feitos pelos participantes das
oficinas do bairro Vila Isabel. Seria com eles que comporia então o
documentário tão aguardado sobre o bairro, utilizando a ferramenta Lightworks.
O meu receio é que o material que
tinha em mãos fosse insuficiente, o que nos demandaria novas visitas, mais entrevistas,
nova pesquisa, produção, aff... e tudo o mais.
Dona Elza e Dodô chegaram até a nos
cobrar, de uma forma bem sutil, negando o CNPJ da associação para mais um
projeto cultural, pelo menos até a entrega do produto. Bem, faz parte da ópera.
É por isso que acredito no santo
protetor desses coitados produtores culturais e artistas cariaciquenses.
O pequeno documentário ficou
muito bom, mesmo com as poucas filmagens produzidas pelos participantes, a falta
de tempo para a edição e o próprio registro das oficinas que não chegaram até
nossa caixa de e-mail. Nada disso influenciou na qualidade e no interesse em dar o melhor de nós. É assim que sempre fazemos, o melhor.
Mas o que salvou mesmo foram os filmes que fiz numa das apresentações do cineclube.
Mas o que salvou mesmo foram os filmes que fiz numa das apresentações do cineclube.
Pipoca, refrigerante e toda a
criançada atenta aos curtas exibidos no telão da Associação de Moradores de Vila Isabel.
Uma festa. Tudo registrado. Falas, risadas, gargalhadas, expressões atônitas e de contemplação pelo belo, que é a arte que o homem produz. Uma maravilha.
Foi o que salvou a pátria mais uma vez. Ser proativo tem suas vantagens. Uma câmera na mão e ideias na cabeça.
Uma festa. Tudo registrado. Falas, risadas, gargalhadas, expressões atônitas e de contemplação pelo belo, que é a arte que o homem produz. Uma maravilha.
Foi o que salvou a pátria mais uma vez. Ser proativo tem suas vantagens. Uma câmera na mão e ideias na cabeça.
Então, dedicamos nosso domingo e
madrugada de segunda-feira para o tratamento das imagens e som, porque nosso prazo final já se
esgotara há muito tempo.
E querem saber? O vídeo ficou
ótimo.
Gravamos uma abertura com um
texto baseado nos vídeos enviados: pontos viciados de lixo, assoreamento de um
canal e, na sequência, imagens de um alagamento na entrada do bairro por conta
de uma obra pública, ao som de um pesado hardcore. Depois, os depoimentos da
galera. Pronto, um sucesso!
— Obrigado mais uma vez, ó santo
dos artistas cariaciquenses!
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