domingo, 11 de agosto de 2019

A Maior Semana Cultural da Nossa Cariacica Underground

A Maior Semana Cultural da Nossa Cariacica Underground


Acima, Hudson Braga e Nelson Ricardo Amaro, do Grupo HB de Teatro,
em Vitor ou Vitrola!?: o homem ou a máquina

Salve, salve, punk rockers.

Cariacica teve sua maior semana cultural do underground, da cultura de rua, gratuita e amigável, de todos os tempos.

A abertura do evento foi no dia 3/8, com uma feijoada musical, um momento único de gastronomia cultural colaborativa: palco aberto e carne seca no feijão... acima, Nego Wilson acompanha amigo no violão

Ao som da trilha sonora do Brígida D'la Penha, via Spotify, escrevo mais essa crônica do nosso underground cariaciquense bosta seca, afirmando que a riqueza de nossa cultura local se mantém viva no teatro, na música, na literatura e nas propostas culturais.

E repito aqui o apontamento de nosso mais novo amigo Cláudio Machado, que disse: "vocês precisam mostrar isso ao mundo", referindo-se às manifestações artísticas que estava vivenciando nessa sua nova Cariacica, que não conhecia.

No segundo e terceiro dias tivemos o DJ AP, com som de vinil, e o Cineclube Ambiental, com o filme Viver para Lutar, que conta a história das "minas" no movimento anrcopunk brasileiro, um documentário que resgata a luta feminista desde o final dos anos 80 até os anos 2000

Desde os Fest Rock que rolaram na Expedito Garcia nos anos 90 (92 e 94), não vimos uma circulação e mobilização de artistas do underground tão significativa como essa. Batalha de rap, sarau poético, rock punk, punk rock, periquitinho, teatro, feijoada, DJ AP, cineclubismo. Muitos e muitas circularam por ali.

Foram abundantes as expressões de carinho e acolhimento entre membros de diversas estéticas, signos, significados e significâncias, de tantas expressões tão imprevisíveis como os gestos de agradecimento de nossos grandes cicerones, mestres Chamusquin, Edival de Souza, e Elton, que, por um fio, transitam entre a cultura e a sobrevivência necessária.

No quarto dia, além da batalha de rap, tivemos a  apresentação
da peça teatral O Direito que Faltava, com o grupo Motim de Teatro

A Semana Cultural do Chamusquin Restaurante Cultura Bar, de 3 a 10 de agosto de 2019, ainda não acabou e terá repercussões por muito tempo ainda.

Sérgio Sampaio encontrou-se com o Brígida, e não foi ficção. O Jack, como sempre, esteve presente. O Ling, mais uma vez, colocou todo seu talento à disposição do coletivo. Os metais do Lordose Pra Leão se apresentaram, ou alguém duvida? Mestre Ferreira se comportou como um lord brasileiro, com a ginga e a sabedoria dos escravos guerreiros que esquecemos, e assim tantos outros se doaram ao ideal de liberdade e resistência cultural que representou a Semana Cultural.

A peça Vitor ou Vitrola!? com o grupo HB de Teatro

A cerveja estava gelada, com boas opções, inclusive uma artesanal a 12 reais, muito boa, que valeu cada centavo, uma pale ale frutada, bem densa, rejeitada pela maioria das mulheres. Mas... de quais mulheres estamos falando?

A "Casa Chamusquin" retorna à atividade cultural depois de um espasmo de quatro anos... sim, quatro anos. O que aconteceu nesse período, não imaginamos, mas há algo que sabemos ser unanimidade: o novo espaço, em funcionamento desde janeiro deste ano, consegue energizar a todos e todas que por ali passam. Ninguém ficou imune a essa energia invisível de amor e de alegria... acho que estou ficando velho...

Na sexta, as bandas Brígida D'la Penha e Estado Civil

Bem, punk rockers, o Chamusquin Restaurante Cultura Bar se firma como um prolongamento de nossos lares, onde poderemos nos encontrar, conversar, rir um pouco e, é claro, planejar e executar nossa resistência cultural...

A Semana Cultural encerrou suas atividades no sábado, 10, com um encontro entre três dos membros fundadores da Academia Cariaciquense de Letras - ACL, Marcos Bubach, autor de Fevereiro Sangrento e O Orfanato Cristo Rei: do Sacrifício à Ascensão, Jacques Mota, jornalista e editor do blog Palhetadas do Rock, autor do livro História de Cariacica pela Voz de Seus Afrodescendentes, e Edval de Souza, o nosso Chamusquin.

Marcos Bubach, Edval de Souza e Jack Zoopatia, membros fundadores da Academia Cariaciquense de Letras - ACL

Nesse encontro foram traçadas parcerias futuras para atividades literárias. Que assim seja!

Essas são as palavras deste velho punk.

Até as próximas Palhetadas do Rock...

Do seu amigo de sempre, Jack Zoopatia.



Mostra de zines
Namy Chequer com Edval de Souza - Chamusquin, Ferreiro Djhá - poeta e escritor Edmar Joaquim de Souza, e Jacques Mota - jornalista, escritor e produtor cultural
Fã Clube do Clube de regatas Vasco da Gama




Vander poeta e Marco Zumbi

Pra quem duvidou, os metais do Lordose Pra Leão

O poeta Vander e jack Zoopatia, ao fundo, com a camiseta preta do Fest Rock, realizado em 1994


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