Realizamos o
Primeiro de Maio em 2023, que foi tarefa muito árdua, depois de tempos
difíceis, num cenário de pós-pandemia e onda pandêmica mental fascista, que se
articula nos poderes da República e em suas autarquias legais e ilegais, mas
também na capital Vitória, que tem seu nome marcado pela morte da resistência
indígena e negra no século XVI, e igualmente, nos tempos atuais, fica também
difícil realizar atividades em espaços que são do povo, porque os reacionários
que governam tentam a todo custo nos calar!
Mas nós não nos
calamos!
Usamos as armas
da inteligência e da arte para realizar um dos Primeiros de Maio mais
agregadores dos últimos 15 anos. Foi criado um grupo de aplicativo que reuniu
mais de 35 pessoas em torno da proposta do encontro. As comissões foram
compostas por Comp@s que contribuíram com seus esforços para que esse ato fosse
realizado.
O nosso Primeiro
de Maio tratou-se de um momento singular da movimentação libertária capixaba,
agora através da mais nova ferramenta de organização que foi criada em 2022, a
Federação Anarquista Capixaba (FACA), espaço de reflexão, debate, manifesto e
cultura, agregando um círculo de amizade que permeia mais de 30 anos entre
punks anarquistas e simpatizantes de outros coletivos undergrounds da
contracultura e da periferia.
Agradecemos a
todas as pessoas que acreditaram na proposta de uma atividade como essa, onde
as dificuldades são superadas pela vontade de gerar mudanças e relações na
sociedade. Sabemos de nossa dificuldade mas não nos limitamos a ela, não
tivemos investimentos de partidos ou centrais sindicais que gastam muito
dinheiro em festas no Dia do Trabalhador.
Com menos de 500
reais de gastos, do início da produção até o fim da atividade, com recursos bem
investidos em alimentação, transporte e na produção, afirmo que desconheço
atividade que reúna tanta diversidade cultural, intelectual e social, num só
lugar, onde, uma vez ao ano, pessoas veem nessa data a possibilidade de se
reencontrar, construir e reconstruir laços para agitar possibilidades.
Abraços a todas
que contribuíram com esse momento importante.
Andreza, pela
divulgação, alimentação e tesoureira; Gustavo Fraga, pela impressão dos
panfletos; Bernard, que veio com a companheira de Cachoeiro de Itapemirim e
contribuiu com o texto e muito mais; Luciano Cardoso, da logística aos livros
doados; Cervejaria Plezuro; Danilo Bronha, pela aparelhagem de som; Paulo
Moraes, pela produção; Reginaldo, o Regis, pelo cartaz, divulgação e criação de
mídias sociais; Jacques Zoopatia, blog Palhetadas do Rock; Coletivo Cariacica
Underground; Ferreiro D' Jha, pelas danças afro contemporâneas; Teodorico Boa
morte, voz, violão e poesia; Toninho Caverna; Santiago artesão; Sagaz, pela intervenção
nas múltiplas do HIP HOP; ao Harmonia Turbulenta, de acordes raivosos - Noé,
Léo Aranha e Gustavo, reconciliados; a Paulo Henrique Linguiça, que mesmo longe
durante 15 dias, estava contribuindo com o Primeiro de Maio em 2023; à banda
Elemento 26; ao Rogério, nosso Kiko Brígida; Alex Índio e todo apoio prestado
na técnica; Vander Costa; Sandro e Dona Rosa; DJ Angel; meu amigo Beto,
referência no Gótico capixaba; Elis tranças; a todas da Escola da Saúde Grau
Técnico; Moto Clube Punks do Asfalto - Bob, DZK, Lú, Marcelo, Baby O Grande, e
Paulinho Espinhoso; Cabelo de Fogo, Léo Zinho; aos quilombolas Antônio e João;
Churrasco - Gilson Vieira; Renê; Kidão; Jô; Andreia; Manu; Cíntia; e a todas
que ali se fizeram presentes, em especial a Dona Cleuza, do bar do P. Moscoso;
à população, que jamais se curvará às tiranias dos governos.
Até a próxima
ação, Comp@s, e vamos sempre nos unir em torno da transformação para um mundo
melhor.
E lembrem-se, o estado
faz parte do problema e não da solução.
Saúde, anarquia!
Paulo Henrique de Oliveira
FEDERAÇÃO ANARQUISTA CAPIXABA (FACA)