terça-feira, 22 de julho de 2014

O Punk não está Morto

O Punk não está Morto

As manifestações mais expressivas do Movimento Punk capixaba foram na música e na literatura de protesto (zines), formas de expressão de sua subcultura, que teve auge nos anos 80 e começo dos anos 90. O registro mais antigo da manifestação Punk na música capixaba foi o show da banda Ferida Exposta na carroceria de um caminhão em Vitória, em 1983. Acima, o cartaz dos "20 Anos em Ação", realizado em Cariacica, no começo dos anos 2000.


Oh yeah... sedentos of rock...

Pilotamos nossa Máquina do Rock Tempo e viajamos ao passado, ao presente e ao futuro, num instante, contaminados pelas visões dos mestres do rock: Raul, Hendrix, Vicious, Ozzy, Brown...

Voamos baixo nas emoções e sensações of rock e degustamos das fontes mais subversivas dos subterrâneos da cultura de rua e de periferia...

Definitivamente, o Punk não está morto! Nem o rock e nem a Cariacica underground que amamos, apesar do reino do Funk e do Pagode, do Axé e do Sertanejo Universitário...

Na sequência do Dia Mundial do Rock fomos agraciados pela iniciativa do Cineclube Colorado que proporcionou o encontro da cena Punk Capixaba, ou pelo menos de parte dela, no Bar do Pantera, no último dia 18, com a exibição do documentário "Inocentes - 30 anos".


Ao final da exibição do vídeo, houve bate papo sobre diversidade cultural e a existência do Movimento Punk no ES e em Cariacica, com várias sugestões de novos encontros e fortalecimento da cena underground. Presentes, Paulo Henrique, o Linguiça, Ricardo Amaro, do teatro anarquista, Bob Punk e Jack Zoopatia do Movimento Punk cariaciquense da década de 80.


Juliana Gama, anfitriã, única congraçada pelo Hall da Fama of Rock das Palhetadas, desde quando era do Diabo, convidou a Caravana Punk para fazer parte do evento com sua mostra de zines, fotos e presença de Punks velhos.

Deu tudo certo!


Cartaz de mil novecentos e antigamente (sem data completa, entre 90 e 93), anuncia show punk no Teatro Carmélia, em Vitória, com patrocínio do Comercial São José, de Campo Grande, e ingressos a Cr$ 250,00 (cruzeiros). Um dos patrocinadores é a Tarkus Discos que começou na Expedito Garcia, em Campo Grande, e apoiou os eventos Fest Rock em 1992 e 1994, tornando-se o primeiro selo independente no cenário underground capixaba.


Vieram Del (DZK) e sua turma de Paul e redondezas, gritando bem na entrada "desgraça acontece em todo lugar...". Léo Aranha, pesquisador, punk e professor de Artes Plásticas em Cariacica e Vila Velha, compareceu trazendo parte de seu material de pesquisa, que incluíz o primeiro EP dos Inocentes, de 1983, Miséria e Fome, muito bem conservado.

Veio também Noé Filho, agora reabilitado, baterista, baixista, guitarrista, tecladista e compositor da banda Harmonia Turbulenta, que forma junto com o Léo Aranha.


No debate, Léo Aranha lembra que o Bar do pantera é o templo do rock e que por isso o cineclube deveria itinerar pelas periferias do município, onde, por sua experiência como professor em Cariacica "só tem funk e pagode".


Outro Aranha também esteve presente. Wesley veio de Santana para confraternizar com a turma da Expedito Garcia.

Então, estavam lá Jack Zoopatia, Bronha, que tantas vezes salvou a Caravana Punk com seu equipo, Bob Punk, sem o Cláudio, que virou crente, e Paulo Henrique, o Linguiça, que em torno de si mantém a existência da face libertária do underground cariaciquense.


Ricardo Amaro e Paulo Henrique lembram que o movimento Punk não foi só feito de bandas, mas deu origem também ao Teatro Anarcopunk, com o Grupo Motim de Teatro, o qual ajudaram a criar, enfatizando o caráter eclético da cultura Punk.


Mas se o encontro era Punk, tinha que ser Punk!

Eis que, como numa miragem, esse que vos escreve vê três vultos subindo a ladeira. Eram os Punks do Corja Suburbana e do Ferida Exposta! Foi mesmo Punk! Eles sempre aparecem, chova pedra ou canivete, sempre os Punks!

Os vultos do rock e do underground eram Albertinho Vidal, Kidão e Paulo Holzmeister, a ferida suburbana exposta, com muita história vivida e pra contar... desde 1983, data de sua aparição...


Paulo Holzmeister da banda Ferida Exposta, precursora do Movimento Punk no ES, e Kidão e Alberto Vidal do Korja Suburbana, responsáveis pela vinda da banda Cólera em Vitória em 2009, quando dividiram palco com o Zoopatia, RHC e Harmonia Turbulenta.


Bill Candeias emocionou-se ao lembrar que um dia fez parte de um movimento tão intenso, membro que era da banda Resistência Hard Core (RHC). Manuseou zines que ele mesmo produzira e nem sabia que ainda existiam. Viu fotos antigas do Movimento Punnk e cartazes de shows que fez nas décadas de 80 e 90.


Encontro de Punks velhos: Osvaldo (RHC), Kidão (Korja), Paulo Henrique (RHC), Bill Candeias (RHC) e Alberto Vidal (Korja). Muita história para registrar em nome do underground capixaba esquecido pelos rocks das crises burguesas. O rock, entre os Punks, é sem crise.



Ao final, Juliana Gama foi ovacionada pelas palmas dos Punks presentes, que agradeceram a oportunidade de se reunirem mais uma vez.

Juliana Gama, juntamente com Alex Siqueira e Viviam Borre, organizam o Cineclube Colorado, no Bar do Pantera, quinzenalmente, desde 2009. Nessa jornada underground, conquistaram o segundo incentivo cultural junto à SECULT e também junto à Lei João Bananeira. Agora vai ser itinerante, quem sabe, na Caravana Cultural Cariacica.


E o Pantera aprovou.

Do seu editor do underground... nossa jornada está apenas começando...

TUDO PELO ROCK!







































2 comentários:

  1. Infelizmente não pude estar lá, mais estarei no próximo com muito orgulho de fazer parte da cena punk capixaba \m/

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As Palhetadas agradecem!